Responsabilidade Social


            Primeiro gostaria de começar falando sobre o amor, não me cansarei jamais de falar sobre ele. No segundo semestre do meu curso de Teologia tive contato com um autor extraordinário, um mártir do período em que Hitler perseguia os judeus. Seu nome Dietrich Bonhoeffer um alemão que pregava o amor de Cristo.
            Na bíblia sagrada um dos textos mais perfeitos sobre o amor se encontra em 1 Coríntios 13 onde Paulo descreve de maneira fantástica o amor ÁGAPE, o amor de Deus.  Um amor que trabalha junto para o bem de todos. Não é um amor egoísta, não é um amor reservado só para um, mas para todos (O amor de Cristo). Ao longo do capítulo ele usa vários verbos para definir o amor, deixando evidente que o amor é uma AÇÃO e não um sentimento. Não é um comportamento também, onde escolhemos a ocasião para utilizá-lo, mas sim uma decisão. O amor é o próprio Deus, porque Deus é amor (I Jo 4.16). Então “Só sabe o que é amor quem conhece Deus, não o inverso(...) Amor é revelação de Deus.” (Bonhoeffer, p.36)
            Se você conhece a Deus, você conhece o amor e vive e compartilha desse amor aos outros. Você é alcançado pelo amor de Deus e passa a ter uma existência Nele. Esse amor de Deus é demonstrado deixando que Deus ame as pessoas através de mim. Como afirmou Paulo “Cristo vive em mim” se ele vive em mim, amarei e verei os outros como Ele (Cristo) me vê, pois fui alcançado por Ele. Nosso amor então passa a ser uma resposta ao amor de Deus. Um amor não fingido, nem orgulhoso e que não esconde a verdade. Onde há amor existe liberdade. Verdade é liberdade.  Jesus é a Verdade.
            A verdadeira espiritualidade está ligada a uma ação na sociedade, em amar, cuidar e ajudar o próximo. No Antigo testamento benção estava ligada em ajudar o próximo. Leia Isaías 58. O dízimo (Dt 14:22-29) era um “piquenique religioso” totalmente o contrário da idéia de retribuição de bens dos dias atuais. O objetivo era aprender a temer ao Senhor (Dt 14:23), o dízimo era entregue em espécie (produtos do campo). O sacerdote não recebia dízimo. Tudo era convertido por alimentos, era feita uma grande festa na qual não ficava de fora levita, estrangeiro, órfão e viúva, além disso eles comiam a vontade. O dízimo era para o próximo, para ajudar aquele que não tinha nada, o pobre, necessitado e “rejeitado”. Em troca eles recebiam a promessa de Deus que era a benção em tudo que fizessem.  Abençoando seriam abençoados.
            Em toda a bíblia sagrada sempre foi pregado o amor como ajuda ao próximo. Fico triste ao ouvir tantas pregações sobre prosperidade, dinheiro, restituição. Mas o evangelho prega ajuda, amor uns aos outros. Pregamos um amor que não vivemos. Procura-se crescer profissionalmente, ter uma boa casa, carro, dinheiro e mais dinheiro. “Como edificar o reino de Deus se todos estão correndo atrás dos seu ministério?” (Thomas Padley- escola adorando 2010). Os templos de adoração são grandes, tem o som de melhor qualidade (não tenho nada contra isso e também não estou dizendo que você não deve contribuir com seu dízimo), mas ainda tem irmãos que vão pra igreja de ônibus. Enfrentando chuva, correndo riscos.Outros não tem nem o que comer em casa.       
          Enquanto uns buscam alimentar seu ego e buscam sua vida, suas coisas. Trocar de carro todo ano. E o próximo? Onde fica a promessa de Deus de que se você faz a um dos pequeninos, aos menores você faz para Ele? A verdadeira benção e prosperidade estão em ajudar ao próximo sem segundas intenções, por amor fazer o bem. Sem interesse em pescar a pessoa para igreja A ou B. Porque quando você faz para alguém você faz para Deus, aí sim você é abençoado.
            Pare e pense sobre o que é realmente essa palavra AMOR que tanto é pregada nos púlpitos. Deus te guie hoje e sempre!

Lorena Ingrid

Fonte: Bíblia Sagrada TEB e Etica de Dietrich Bonhoeffer.